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1 10/08/2024 10:42


Por muito tempo negligenciado, vírus já foi detectado em 20 estados.


Quase uma década depois da explosão de casos de microcefalia no Brasil devido ao zikavírus, o país tem no radar uma nova ameaça, já que especialistas sinalizam temer que a febre oropouche possa aumentar, novamente, os casos de malformação em bebês.

O alerta se evidenciou depois que o Ministério da Saúde confirmou esta semana o caso de um bebê nascido no Acre com anomalias congênitas associadas à transmissão vertical (de mãe para filho) de oropouche, que morreu após 47 dias de vida. Os exames pós-parto constataram que a mãe, de 33 anos, havia contraído o vírus oropouche. Ela havia apresentado sintomas da doença no segundo mês de gestação.

De acordo com o G1, o Ministério da Saúde também confirmou um caso de aborto espontâneo causado pela infecção do vírus e investiga outras oito suspeitas de malformação e óbito fetal entre bebês de mulheres que foram diagnosticadas com a oropouche.

Especialistas relataram ao portal ainda não saber qual a real prevalência dessas alterações congênitas. "O potencial de aumentar existe, mas a extensão desse aumento é difícil de afirmar", avalia José Luiz Proença Módena, virologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Já o epidemiologista José Geraldo Ribeiro pondera que o risco de uma epidemia em larga escala de oropouche levar a um surto de casos de microcefalia da mesma magnitude do que ocorreu com o zikavírus é pouco provável, "mas não impossível". "Qualquer vírus capaz de gerar malformação é uma preocupação", acrescenta.

Vale lembrar que em 2017, durante a 69ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o microbiologista da Universidade e São Paulo (USP) Luiz Tadeu Moraes Figueiredo previu que o oropouche se tornaria um problema de saúde pública no país. Na época, ele identificou casos em macacos contaminados em Minas Gerais e no sul da Bahia.







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