Notícias

1 03/05/2024 09:38

Estado registrou exatamente o mesmo número de casos num comparativo entre períodos dos dois anos

Nos primeiros 111 dias de 2024, a violência contra mulheres na Bahia continua apresentando números alarmantes. Dados divulgados pela Polícia Civil revelam que o número de feminicídios no estado se mantém sem variações este ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior (2023), quando 27 casos foram registrados entre 1º de janeiro e 21 de abril.

A Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104 de 9 de março de 2015) alterou o Código Penal para estabelecer o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, incluindo-o na relação dos crimes hediondos.

Ainda assim, o número de casos no Brasil segue assustando, seja pela recorrência, pelas razões fúteis ou pela principal característica dos algozes: serem os companheiros amorosos das vítimas.

A Bahia chegou a registrar pelo menos seis casos de feminicídio em uma semana, e em todas as ocorrências em que o suspeito do crime foi identificado, tratava-se do companheiro ou ex-companheiro da mulher assassinada.

A persistência assustadora no cenário de violência de gênero no estado vai se evidenciando na dificuldade de combater esses crimes, o que pode ser explicado por uma série de fatores.

Hugo Cassiano, promotor de justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional de Segurança Pública e Defesa Social (CEOSP), do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), explica qual tem sido a pedra no sapato das autoridades públicas para solucionar essa questão no estado.


"O volume de ocorrências é muito grande, e há uma peculiaridade desses crimes, que em geral acontecem na intimidade do lar", destacou o promotor. "Fica nebulosa a condição de quem relata o crime, às vezes há uma reconciliação do casal, o que gera revogação de medida protetiva, mas o que mais percebemos é o volume gigantesco de ocorrências, e assim a Polícia Civil não consegue dar vazão, a Polícia Militar não consegue fazer os atendimentos com a brevidade necessária, e os processos judiciais estão em volumes assoberbados", explica.

O que existe é um dado social de alta incidência de crimes relacionados à violência doméstica, o que representa um desafio para o pronto atendimento que seria necessário. "É uma corrida frenética contra o tempo, não dá para deixar para o dia seguinte. São muitas entradas de medidas protetivas nas varas por dia, fora as outras demandas que não são deste contexto", destaca o promotor.

Em busca de solucionar essa questão, já existe no Tribunal de Justiça da Bahia, segundo Hugo Cassiano, a discussão sobre a criação de uma quinta vara de violência doméstica - na Bahia, existem quatro no momento - na tentativa de atender melhor a demanda de maneira preventiva, chegando a essas mulheres antes que elas tenham a vida ceifada.

 

 

 

*A Tarde







Rua Tiradentes, 30 – 4º Andar – Edf. São Francisco – Centro - Santo Antônio de Jesus/BA. CEP: 44.430-180
Tel.: (75) 3631-2677 | 3631-2924 | 3631-9500 | 9 9711-6971 (Whatsapp) - Definitivamente a melhor.
© 2010 - Rádio Andaiá FM - Todos os direitos reservados.