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1 22/07/2021 23:58

A morte de dona Rita Maria consta no boletim epidemiológico da secretaria municipal de Saúde como vítima da Covid-19

Cristina Pita

Francisca Maria de Moraes perdeu a mãe, de 82 anos, e a declaração de óbito dada pelo Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus menciona, entre outras causas, a Covid-19. Francisca e a família de dona Rita Maria Moraes, porém, não acredita que a idosa tenha sido mais uma vítima da pandemia e confirma que ela até tomou a primeira dose da vacina e o último exame de Covid, feito no hospital, deu negativo.

A família de dona Rita Maria está disposta a provar que a morte dela, ocorrida na manhã da última segunda-feira (19/7), não teve como causa a Covid-19. Francisca diz que a mãe, quando estava internada no hospital, fez o exame de Covid pela segunda vez e o resultado foi negativo.

Contabilizada como sendo a 157a pessoa a morrer pela doença em Santo Antônio de Jesus desde o início da pandemia do novo coronavírus, como divulgado no boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde, de quarta-feira (21/7), agora, a família está contestando também a classificação da Secretaria Municipal da Saúde.

O fato deixou a família consternada, pois o Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus (HRSAJ), onde dona Rita ficou internada desde o último dia 1° de junho, liberou o corpo para o velório e sepultamento sem os protocolos para pacientes que morrem de Covid. Além disso, o atestado médico afirma que a paciente já estava liberada da Ala Covid quando faleceu.

VELÓRIO 

A família ainda realizou o velório até o dia seguinte ao sepultamento da idosa, à espera da chegada de parentes de outras cidades. Segundo Francisca, o caixão não foi lacrado totalmente. O caixão ficou aberto durante todo o tempo, com o corpo exposto e coberto de flores, e em nenhum momento houve interrupção da cerimônia de despedida.

Francisca Maria de Moraes, filha de dona Rita, afirma que a mãe estava recuperada da doença, mas tinha comorbidades, como diabetes e, com a idade avançada, acabou falecendo de outras causas, como atestado no relatório assinado pelo médico do HRSAJ.

Segundo ela, a mãe deu entrada no hospital, passando pela triagem, sala vermelha e fez teste de Covid, que deu negativo. Uma semana depois, dona Rita começou a apresentar os primeiros sintomas de Covid, refez o exame e testou positivo. 

"Ela ficou isolada, cumpriu o período de isolamento e se recuperou. Minha mãe já tinha problemas dos rins desde 2016, mas nunca precisou de diálise, e era diabética, mas não fazia uso de insulina", relatou Francisca de Moraes.

A filha de dona Rita contesta também a divergência no boletim divulgado pela secretaria municipal de Saúde. "No boletim da Covid emitido pela prefeitura de SAJ, de quarta-feira, dia 21, consta o óbito 157º como morte de Covid. Os dados da paciente condizem com os dados da minha mãe, só que ela não faleceu de Covid", garantiu Francisca.

INTERNAÇÃO

O motivo da internação de dona Rita Maria foi devido a dores fortes no braço esquerdo. Depois foi descoberto que era problemas no coração e que ela necessitava fazer um cateterismo.

"Nesse aguardo, ela sempre sentia dores fortes. No dia 5 de julho recebemos a notícia da data do cateterismo para o dia 10, mas, infelizmente dia 7 ela sentiu muitas dores e ao fazerem exames de eletrocardiograma viram disparos de infarto. Então, desceram ela para UTI, mudando toda a regulação para o procedimento do cateterismo. Necessitávamos de vaga na UTI Cárdio", contou.

Segundo Francisca, os últimos dias da mãe dela no hospital foram dolorosos até o dia do falecimento dela, 19 de julho, na UTI. "Esses 12 dias foram bem difíceis para nós familiares, pois levaram quatro dias sem fazer uma ligação de vídeo com a família", lamentou a filha de dona Rita.

Ela contou que procurou a diretoria do HRSAJ. Na Assistência Social solicitou uma visita a mãe. "Mas só consegui depois de muito lamentar a falta de empatia do hospital. Ficou agendado para segunda dia 19, e para minha dor e tristeza, a ligação que recebi foi para comparecer ao hospital e receber a notícia do falecimento dela", disse.

No Hospital, Francisca disse que o médico informou que a mãe dela teve uma parada cardíaca de madrugada, chegou a ser reanimada e entubada. Porém, na segunda-feira pela manhã, teve outra parada, mas não resistiu.

"Como é que a morte dela foi Covid? Fica a dúvida dessa inverdade propagada. Nossa família fez o velório de minha mãe, recebemos de forma preventiva a visita de parentes e amigos no enterro. Se fosse Covid, como o hospital liberou o corpo para ser velado?", questionou.

 

 







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