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1 14/10/2019 14:44

Conduta no depoimento foi 'de frieza', diz delegado. Miguel se desesperou ao ver a mãe ser esfaqueada.




O estudante de Direito Edílton Araújo Andrade Junior, depois de prestar depoimento à polícia, ainda no hospital, acusado de golpear com 20 facadas, o garoto Miguel Martins Pita Costa, de apenas 4 anos, deixou o delegado titular da 4a Coordenadoria Regional da Polícia Civil, pasmo com a frieza.

O garoto não resistiu e morreu ainda no Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus, no mesmo dia do crime, sábado (12/10).O corpo de Miguel foi enterrado às 14h no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador.

Segundo o titular da Delegacia de Polícia, Adilson Bezerra, o acusado não teria mostrado arrependimento mesmo após ter cometido um crime tão bárbaro. "Ele disse que esfaqueou o garoto porque 'ele estava chorando', falou o delegado.

Ainda de acordo com o depoimento do acusado ele "não demonstrou nenhum tipo de arrependimento" ao contar os motivos que o levaram a esfaquear a namorada, a professora Manuela Silva Costa Martins, de 29 anos, e o filho dela. O acusado confessou que a namorada estaria 'tendo um caso extra-conjugal'. 

Manuela foi transferida no domingo (13/10) para o Hospital do Subúrbio, em Salvador, onde está internada em estado estável. Já o acusado recebeu alta do hospital e foi encaminhado para a carceragem da Delegacia de Santo Antônio de Jesus.

Edilton ainda se esfaqueou com a mesma arma do crime, uma faca de 18 cm, no abdômen e, em seguida, pulou da sacada de casa, onde le emorava sozinho, na Rua Sergipe, o bairro Alto do Sobradinho. Ele disse que cometeu os crimes por ciúme. “Ele falava baixo e pausado, mas concatenando as ideias, seguindo uma lógica dos acontecimentos. Falou sobre o ocorrido sem demonstrar remorso, diria até de maneira fria, que tentou matar a companheira porque ela estaria lhe traindo. Constatamos que não há nenhum indício que sustente esta informação. O que sabemos é que Edilton é usuário de drogas. Quanto à criança, afirmou que desferiu vários golpes de faca porque a mesma estava chorando muito”, declarou o delegado em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (14/10), acompanhada pelo repórter Antônio Carlos da Rádio Andaiá FM.

Edilton Júnor foi autuado em flagrante pelo assassinato de Miguel e irá responder por homicídio triplamente qualificado: motivo cruel, impossibilidade de defesa da vítima e motivo torpe. O estudante de Direito ainda responderá pelas facadas aplicadas na mãe da criança. Por este crime, ele foi autuado também em flagrante por tentativa de homicídio duplamente qualificada, por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima, ressaltou o titular de SAJ.

De acordo com o relato dos peritos Ivon Carlos e Lino Oliveira, que coordena o DPT de SAJ, os golpes de faca se iniciaram no banheiro, passou pelo corredor até chegar na sacada, onde Manuela pulou. Na sala havia uma poça de sangue, levando a polícia crer que foi ali o lugar onde a criança foi esfaqueada até a morte. No imóvel foi encontrado uma pequena quantidade de maconha no quarto de Edilton.  

O delegado ouviu Manuela momentos antes dela ter sido transferida para Salvador. "Ela disse que estava se relacionando com Edilton há, aproximadamente, um ano e meio e que durante este período em nenhum momento ele demonstrou agressividade. Que havia algumas discussões normais como em qualquer casal", contou o delegado. Manuela reside em Salvador e costumava ir a Santo Antônio de Jesus com o filho para passar os finais de semana com Edilton.

DINÂMICA DO CRIME

O delegado disse que, no dia do crime, ela chegou pela manhã na casa de Edilton. Eles passariam o Dia das Crianças com o filho dela. "À tarde, ele começou a falar que ela estava lhe traindo, o que não seria verdade", contou o delegado. Já por volta das 18h35, Edilton foi até a cozinha, pegou uma faca e, no banheiro, tentou golpear Manuela, quando ela segurou a faca com a mão, provocando um corte. "Depois, ele desferiu outros golpes e ela saiu correndo pelo corredor, levando mais golpes. Ao chegar na sacada para pular e fugir do agressor, ela viu o filho chorando, quando recebeu um golpe mais profundo e então pulou pela sacada, sem roupa. Ele então pegou a criança que estava chorando e gritando pela mãe e desferiu as 20 facadas", detalhou o delegado.

Manuela teve oito perfurações, sendo uma mais profunda. O acusado, Edilton, provocou nele mesmo apenas uma perfuração na região do abdômen de aproximadamente 3 centímetros. "Se considerarmos que ele estava com uma faca, tipo peixeira de 7 polegadas, ou seja 18 centímetros, a perfuração foi superficial e em região não fatal. O acusado se jogou do primeiro andar do imóvel que residia, porém de pé, não provocando nenhuma lesão. No momento, já tinha uma viatura d (da PM) esperando para efetuar a prisão em flagrante", contou o delegado.

MACONHA NO LUGAR DE REMÉDIOS 

Na sala havia uma poça de sangue muito grande, levando a crer que foi ali o local onde a criança foi esfaqueada até a morte. "Não encontramos remédios psiquiátricos na residência e sim uma pequena quantidade de maconha que estava no quarto da vítima. Encontramos também receituários de consultas médicas relacionados apenas a problemas de pouca circulação nas pernas e na coluna, e o acusado não estava tendo nenhum acompanhamento psicológico ou psiquiátrico e também não tomada nenhum tipo de medicação”, contou Adilson Bezerra.

Ainda de acordo com o delegado, foi descoberto que o acusado era usuário de drogas. “Descobrimos que ele foi na última sexta em um clínico geral, que o recomendou a procurar um psicólogo. Após a morte da avó, em setembro de 2018, Edilton começou a demonstrar comportamento de uma certa tristeza", disse o titular.

ROUBOS

Em junho desse ano, Edilton roubou um posto de gasolina em SAJ, e, ao ser descoberto e perceber que havia sido registrada uma queixa contra ele, retornou ao posto, devolveu o dinheiro e pediu desculpas.

Recentemente, cerca de 15 dias, em uma festa de um colega da faculdade, que ele se formaria em Direito nesse semestre, Edilton furtou algumas garrafas de bebidas, chegando a postar nas redes sociais curtindo e ingerindo as bebidas furtadas. "O que ocorre é que no local do furto havia câmeras e foi pressionado pelos colegas a devolver as bebidas, afinal se tratava de um colega. Mais uma vez ele devolveu e pediu desculpas alegando que havia sido motivado pelo uso das drogas. Me parece que Edilton estava passando por um transtorno comportamental. Chegamos a um ponto crucial da investigação, estaria ele em condições de tender o caráter ilícito dos fatos por ele praticado no exato momento do crime, no meu entendimento", salientou o delegado.

Adilton Bezerra relatou ainda que o acusado tinha total conhecimento do crime. "Se assim não fosse, ele seria inocultável, ou seja, ele estaria isento de pena e poderia ser aplicado a ele apenas uma medida de segurança, que seria em um hospital de custodia e tratamento em Salvador", finalizou.

 

 

 

 

 







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