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1 16/06/2019 12:00

Na casa de Juliano Santana, em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano, juntos, pais e filho parecem um só. Do mesmo jeitinho. Até na carreira. É que seguiram o mesmo rumo. Tímidos e de fala mansa, mas só até subir num palco. São músicos e cantores. Há 20 anos tem sido assim. Juliano já nasceu acompanhando os dois na estrada a fora. E entre um show e outro, pegou o gosto pela vida de artista.

Mas foi dentro de casa, de forma despretensiosa, que encontrou rumo. O patriarca, Zé de Belém, é também multi-instrumentista. E além de saber tocar meia dúzia de instrumentos, tem a mania boa de colecioná-los. Há sete anos, quando Juliano entrou em casa, se deparou com uma sanfona apoiada numa cadeira, no canto da sala.

“Não sabia o que era. Fiquei curioso e perguntei: O que é isso aí, meu pai? O senhor vai tocar? E para meu espanto, ele disse que havia comprado sem função, que ia ver o que fazia. Eu falei que ia tentar aprender, mas não fazia ideia que dali sairia meu trabalho”, conta, o rapaz, hoje aos 21 anos.

Levou um tempinho para que um som bonito pra valer saísse do respirar da sanfona. De arrepiar mesmo só depois que conheceu Danton do Acordeon, na cidade de Cachoeira, interior onde nasceu o pai. “Fiquei encantado com o show dele. Gostei demais! Assisti até o final e fui tentar falar com ele. Para minha surpresa, não só me recebeu, como foi muito receptivo”, conta Juliano sobre o momento que nascia uma grande amizade, há cinco anos.

Dalí pra frente, a sanfona se tornou amor e Danton o mestre. Por três anos, o rapaz teve o privilégio de acompanhar os shows que o experiente sanfoneiro, de 77 anos, fazia por todo o Recôncavo Baiano. No mês do São João, mais agitado para os forrozeiros, chegavam a fazer mais de 30 shows. Hoje, em carreira-solo, a agenda também é agitada.

Juliano respira forró até no banheiro, quando coloca Dominguinhos para escutar enquanto toma banho. “A sanfona representa tudo para mim. Quando a pessoa pega uma em qualquer lugar, já é sinal que o forró vai tocar. Isso é o que me representa. Sanfona é tudo. Me sinto em outro mundo quando estou tocando a minha. Me dá uma paz, esqueço de qualquer problema”, conta, como se estivesse descrevendo um sonho.

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