Parlamentares, artistas, poetas e ativistas participaram, nesta terça-feira (14), de uma sessão especial na Assembleia Legislativa para discutir a inclusão do forró como Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira. A proposição foi da deputada estadual Fabíola Mansur (PSB-BA), presidente da Comissão de Educação e Cultura.
Atualmente, o processo, que foi iniciado em 2011, encontra-se em fase de instrução, mapeamento e pesquisa. “Depois de registrado, haverá diversas etapas a serem cumpridas como o trabalho de conscientização dos estados”, afirma a presidente do Fórum Nacional Forró de Raiz, Joana Alves. Ela lembra também que a cadeia do forró é composta por elementos como a própria música, a dança, as comidas típicas, instrumentos musicais como rabeca, sanfona, triângulo e zabumba.
Coordenadora do encontro, a deputada estadual Fabíola Mansur propôs que o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia faça o tombamento do ritmo em âmbito estadual, o que configura o primeiro passo para o reconhecimento nacional, cujo órgão responsável pela legitimação é o Iphan.
A parlamentar também sugeriu a criação de um grupo de trabalho conjunto entre artistas, deputados e representantes de órgãos públicos para buscar o cumprimento da Lei da Zabumba, que estabelece um percentual de 60% para a contratação de atrações locais. “ Trata-se de uma lei que surgiu com grande expectativa, mas sem regulamentação e sem fiscalização, ela não tem efeito prático. É preciso fazer com que a lei tenha efeito real”, defendeu.
O cantor e compositor Del Feliz complementou a fala da deputada, alegando a pertinência de uma reserva de espaço, não só para músicos e artistas da Bahia nos festejos juninos, mas para artistas que fazem parte de quadrilhas juninas e manifestações culturais que tenham a ver com o forró.
Representando o Governo do Estado, o diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), João Carlos Oliveira lembrou que o forró representa uma diversidade tão grande, pois envolve música, dança, culinária e design. “É uma importante ação mas essa representatividade que está aqui hoje que vai garantir a valorização da cultura”, explicou.
Já a ativista Rozânia Macedo falou sobre a garantia da salvaguarda prevista no processo de tombamento do forró como Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira permitirá a criação de políticas públicas voltadas para o segmento.
*São João da Bahia